Inep diz que texto de participante da avaliação 'indica
compreensão da proposta da redação, não fugiu ao tema por completo e não feriu
os direitos humanos'
Depois de um candidato "ensinar" a banca examinadora
do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2012 como se prepara um macarrão
instantâneo, a correção da redação da avaliação federal voltou a ser alvo de
questionamento nesta terça-feira. Um participante do exame que incluiu em sua
redação um trecho do hino do clube de futebol Palmeiras obteve 500 pontos na
prova dissertativa, metade dos 1.000 possíveis.
O espelho da prova, que já circula nas redes sociais, mostra
que 13 das 27 linhas da redação foram dedicadas ao hino do clube paulista. Logo
no início do segundo parágrafo da dissertação — que deveria tratar dos
movimentos imigratórios para o Brasil no século XXI —, o estudante escreveu:
"As capitais, praias e as maiores cidades são os alvos mais frequentes dos
imigrantes, porque quando surge o alviverde imponente no gramado onde a luta o
aguarda, sabe bem o que vem pela frente que a dureza do prélio não tarda."
Em nota, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais (Inep), autarquia do MEC responsável pelo exame, afirmou que
"desconsiderada a inserção inadequada, o texto tratou do tema sugerido e
apresentou ideias e argumentos compatíveis", acrescentando que "o
texto indica compreensão da proposta da redação, não fugiu ao tema por completo
e não feriu os direitos humanos".
Miojo — Reportagem do jornal O Globo desta quinta-feira
revelou caso semelhante. Outro candidato dedicou quatro das 24 linhas de sua
dissertação à apresentação de uma receita de macarrão instantâneo. "Para
não ficar muito cansativo, vou agora ensinar a fazer um belo miojo, ferva
trezentos ml’s de água em uma panela, quando estiver fervendo, coloque o miojo,
espere cozinhar por três minutos, retire o miojo do fogão, misture bem e sirva
(sic)."
Apesar do deboche, o candidato obteve 560 pontos. Para o
Inep, o candidato "não fugiu ao tema proposto". E, embora tenha
dedicado um parágrafo à receita, "não teve a intenção de anular sua
redação, uma vez que dissertou sobre o tema e não usou palavras
ofensivas". Na segunda-feira, o jornal carioca já havia informado que
estudantes que obtiveram notas máximas na redação do Enem 2012 cometeram erros
grotescos de ortografia, tais como "trousse", "enchergar" e
"rasoavel".
Fonte: http://veja.abril.com.br
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